Quer saber o que é goodwill na contabilidade e como calculá-lo? Veja neste artigo o que deve ser considerado.
Qualquer empresa deve conhecer os valores dos seus ativos intangíveis. A questão é como fazer esse cálculo. Uma forma é sabendo o que é goodwill na contabilidade.
Esse conceito está atrelado à diferenciação do negócio em relação à concorrência. Além disso, ele indica como está a vantagem competitiva organizacional.
Como essas questões estão entrelaçadas? Continue a leitura e descubra a relação entre elas, e o que é goodwill.
O que é goodwill na contabilidade?
Para entender o que é goodwill, é preciso pensar em ágio. Basicamente, o conceito se refere à diferença paga para adquirir uma empresa e seu valor patrimonial. Portanto, tem tudo a ver com os ativos intangíveis.
Em outras palavras, na negociação de compra e venda de uma empresa, o montante pago sempre é maior que o valor de mercado. Essa disparidade representa o goodwill. Afinal, a quantia paga vai além dos bens materiais.
Esses são os ativos intangíveis, isto é, aquilo que não pode ser visto, como diferenciais, qualidades e outros detalhes capazes de gerar lucro. Por esse motivo, eles são fundamentais para a consolidação e o crescimento do negócio.
É importante deixar claro que, por se referir a bens imateriais, o goodwill não está descrito no balanço patrimonial. Por isso, seu cálculo pode ser mais complicado.
Além disso, é preciso entender o que é goodwill na contabilidade. Nesse caso, o conceito é definido da seguinte forma:
preço de aquisição — valor do capital próprio da empresa adquirida.
Mais para frente, você vai saber porque essa fórmula é importante. Agora, é necessário ver o que esse conceito implica e saber que ele não é depreciável, nem amortizável.
Alguns exemplos de goodwill
A melhor forma de entender o que é goodwill na contabilidade e nos negócios é ver os exemplos do que seriam esses bens intangíveis que agregam valor. Por isso, listamos alguns dos principais a seguir. Confira!
Marca registrada
O goodwill representa a credibilidade da marca. Por isso, esse é um dos principais exemplos do que esse conceito representa. Por exemplo, você saberia dizer quanto vale uma marca como Bombril?
Perceba que o valuation da empresa pode ser calculado, mas o valor da marca é maior. Afinal, quem ouve falar em Bombril lembra que ele é “mil e uma utilidades”. Entende a relação?
Esse é um dos exemplos que demonstram o motivo do goodwill existir. Afinal, a marca registrada é um dos patrimônios. Seu valor é intangível, porque ela costuma ser escolhida devido à confiança, respeito e conhecimento dos consumidores.
Porém, chegar a esse patamar leva tempo. Normalmente, anos. Por isso, uma marca registrada de alto valor costuma ser sinônimo de alta lucratividade.
Conhecimento organizacional
Esse fator representa as informações internas da empresa, conhecidas e dominadas apenas por quem participa do negócio há vários anos. É o caso dos detalhes operacionais e de processo, além de rotinas contábeis e administrativas. Isto é, os bastidores.
Essas informações ajudam a encontrar soluções com mais rapidez e definir quem tem mais competência para realizar determinada função. Além disso, elas só são repassadas com o tempo, já que vão além dos dados e objetivos estratégicos, compartilhados com todos.
Capital intelectual
Também se refere ao conhecimento obtido pelos colaboradores, mas está relacionado a habilidades, experiência e perícia dos profissionais em suas funções. Com essa percepção, a pessoa entende como gerar valor para a empresa diante de diferentes contextos.
Por esse motivo, o capital intelectual é considerado o principal patrimônio do negócio. Por meio dele, os profissionais criam, propõem, inventam e solucionam problemas rotineiros. Como consequência, a companhia cresce e se desenvolve.
Vale a pena destacar que o capital intelectual é obtido com o tempo. Ele é conquistado via capacitação, treinamentos e experiência. Por conta disso, é fundamental aos processos internos.
Credibilidade de mercado
Representa a confiança de clientes, parceiros e fornecedores. É conquistada com o passar do tempo e é essencial para o funcionamento da empresa. Afinal, sem credibilidade, dificilmente se terá consumidores.
Uma companhia com essa característica é mais reconhecida e respeitada. Além disso, tem uma imagem consolidada no mercado, o que impacta sua reputação perante os stakeholders. Por isso, vale a pena investir em entregas no prazo, execução dos serviços e qualidade dos produtos.
Carteira de clientes
Os clientes conquistados representam um bem da organização. Mesmo aqueles que não compram com frequência fazem diferença. Isso porque podem fechar mais negócios em determinados períodos.
A carteira de clientes integra o goodwill, porque gera valor para a organização. Sabe-se tanto disso que a empresa cuida desse aspecto com muito cuidado. Afinal, leva muitos anos para captar, reter e fidelizar os consumidores.
Sem contar que, a qualquer momento, é possível perdê-los. Basta deixar de honrar um compromisso ou entregar um serviço aquém do esperado. Em outras palavras, um trabalho de anos pode ser perdido em dias ou até horas.
Como fazer o cálculo de goodwill na contabilidade?
Até aqui, você viu o que é goodwill na contabilidade, mas também entendeu que é difícil fazer um cálculo preciso. A pergunta que fica é: como avaliar o preço de um bem intangível? Especialmente, porque sua característica é impossível de mensurar?
Apesar disso, existe uma fórmula para chegar lá. Para começar, é necessário considerar, entre outros fatores:
- valor da marca;
- capital intelectual;
- carteira de clientes;
- credibilidade da empresa;
- conhecimento organizacional.
Ou seja, é necessário considerar os exemplos já citados, além de outros fatores. Aqui, precisamos voltar à fórmula apresentada no começo do texto:
preço de aquisição — valor do capital próprio da empresa adquirida.
Ela deixa claro que a compra de uma empresa sempre é feita por um valor superior ao da soma dos bens tangíveis. Mais do que isso, é importante considerar o que a legislação brasileira determina. Segundo a lei, o desdobramento do preço de aquisição depende de
- goodwill, que é o resultado;
- valor do patrimônio líquido no momento da negociação;
- mais-valia ou menos-valia, que representa a diferença entre o valor tangível dos ativos líquidos e seu valor contábil líquido.
Já o valor do capital próprio da empresa adquirida é seu patrimônio líquido, isto é, ativos menos passivos. Além disso, ele costuma ser avaliado conforme os preços de mercado.
Com essas explicações feitas, veja um exemplo de como fazer o cálculo do goodwill. Digamos que uma empresa é vendida por R$20 milhões. Ela tem R$35 milhões em ativos e R$20 milhões em passivos.
Assim, o primeiro passo é calcular o patrimônio líquido. Dessa forma, temos:
Patrimônio líquido = R$35 milhões – R$20 milhões.
Patrimônio líquido = R$15 milhões.
Com esse resultado, podemos calcular o goodwill, especificamente. Voltando à fórmula inicial, temos:
Goodwill = R$20 milhões – R$15 milhões.
Goodwill = R$5 milhões.
Esse resultado representa o ágio, ou seja, o que foi pago a mais devido ao potencial da empresa. Ele fica registrado como ativo intangível.
Esse cálculo parece ser simples. Porém, ele pode ser mais complexo do que aparenta, justamente por considerar fatores muitas vezes subjetivos. Por isso, é difícil encontrar uma fórmula funcional e aplicável a todos os aspectos.
Diante dessa dificuldade, é interessante contar com a ajuda de profissionais especializados. Além de indicarem o que é goodwill na contabilidade, eles também farão o cálculo corretamente, com todos os fatores relevantes.
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