Absenteísmo: como lidar com funcionários que faltam muito · Blog Progresso Contabilidade

Absenteísmo: como lidar com funcionários que faltam muito

Absenteísmo

Absenteísmo: como lidar com funcionários que faltam muito

O absenteísmo é uma das maiores preocupações de gestores e empreendedores. Funcionários que faltam muito afetam o desempenho de toda a equipe, prejudicando os níveis de produtividade e, consequentemente, o faturamento do mês.

Entretanto, existem ações que podem ser tomadas para lidar com funcionários ausentes e reduzir consideravelmente os índices de absenteísmo.

Saiba como as leis trabalhistas tratam as faltas e descubra medidas muito eficientes para lidar com elas!

Leis trabalhistas e o absenteísmo

Funcionários sob o regime CLT têm direito de faltar sem ter desconto no salário, nem ter de compensar a ausência em outros dias, nas seguintes situações: 

  • 2 dias consecutivos — morte do cônjuge, pais e avós, filhos e netos, irmão ou pessoa que viva sob sua dependência econômica;
  • 3 dias consecutivos — casamento;
  • 5 dias – nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
  • 1 dia, em cada 12 meses — doação voluntária de sangue;
  • 2 dias consecutivos ou não — alistamento como eleitor;
  • no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar;
  • nos dias em que estiver comprovadamente fazendo provas de vestibular para ingresso em instituições de ensino superior;
  • pelo tempo necessário quando tiver que comparecer perante a justiça como parte, testemunha ou jurado;
  • pelo tempo necessário quando, como representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.

Fora dessas situações, o funcionário fica sem a devida remuneração relativa aos dias de faltas, ao descanso semanal remunerado (DSR) e, além desses descontos, essas faltas interferem no período aquisitivo de férias de acordo com a tabela abaixo. Para realizar estes cálculos, conte com o auxílio de um profissional contábil.

As férias são concedidas e calculadas com base na quantidade de faltas, da seguinte forma: 

  • 30 dias corridos — tiver faltado até 5 dias;
  • 24 dias corridos — tiver faltado de 6 a 14 dias;
  • 18 dias corridos — tiver faltado de 15 a 23 dias.
  • 12 dias corridos — tiver faltado de 24 a 32 dias.

Se o trabalhador faltar mais que 32 dias injustificadamente, perde o direito às férias.

3 tipos de absenteísmo

Um fato que nem sempre é levado em consideração, mas faz muita diferença na maneira como a empresa deve tratar o absenteísmo, é que nem todo caso de faltas ao trabalho é igual. Podemos dizer que existem três tipos diferentes de absenteísmo, e cada um deles requer um tratamento diferenciado:

1. Absenteísmo justificado

O absenteísmo justificado é aquele em que o funcionário não comparece ao trabalho, mas apresenta um motivo razoável como, por exemplo, um caso de doença (com ele mesmo ou um parente próximo) ou um acidente.

Nesses casos, a forma de lidar com o absenteísmo é uma questão principalmente burocrática, já que não existe um problema mais profundo na relação de trabalho causando essas faltas.

É preciso observar as normas legais e as políticas da empresa, para determinar em quais casos haverá ou não alguma repercussão para o funcionário.

2. Absenteísmo injustificado

O absenteísmo injustificado é aquele em que o funcionário falta voluntariamente e não apresenta um motivo razoável para isso. 

Quando esse tipo de comportamento é observado, é necessário que o gestor esteja preparado para intervir, pois ele demonstra uma falta de comprometimento do profissional.

Essa falta de comprometimento pode estar associada com o próprio perfil do indivíduo; nesse caso, é preciso reavaliar seriamente a relação de trabalho.

Um funcionário que não demonstra compromisso com o trabalho, além de pouco produtivo, também pode acabar causando problemas para a empresa ao adotar posturas inadequadas com os colegas, clientes, fornecedores e parceiros em geral.

Em outros casos, a falta de compromisso pode estar associada com algum descontentamento da parte do profissional. Por exemplo, ele pode sentir que não está recebendo reconhecimento por seu trabalho.

Nesse caso, o diálogo é a melhor forma de alinhar as expectativas e determinar as medidas necessárias para recuperar a boa relação.

3. Absenteísmo emocional

O absenteísmo emocional está ligado a causas mais profundas do que apenas falta de comprometimento e descontentamento. Ele está associado a problemas psicossociais que o trabalhador desenvolve em razão de condições inadequadas no ambiente de trabalho.

Um exemplo disso ocorre quando os funcionários são cobrados excessivamente para atingir metas irreais. Nesse caso, a pressão e o sentimento de fracasso podem gerar problemas de ansiedade.

A fim de evitar o gatilho dos sentimentos negativos, então, o funcionário passa a faltar. Isso acontece até mesmo com profissionais que sempre apresentaram bom desempenho e engajamento na empresa.

Por esse motivo, os gestores devem estar atentos à casos de funcionários que, repentinamente, passam a apresentar elevado absenteísmo. Pode ser um indício de problemas psicossociais associados ao trabalho.

Absenteísmo e rotatividade

Funcionários que faltam com frequência têm uma maior probabilidade de deixar a empresa. Afinal, as faltas são um indício de que eles não estão muito engajados. Portanto, se aparecer outra oferta de trabalho, eles estarão mais abertos à aceitá-la. 

Por esse motivo, empresas com elevado índice de absenteísmo também apresentam alta rotatividade de funcionários. Inversamente, isso significa que, para reduzir o nível de rotatividade, é preciso agir preventivamente, identificando e resolvendo os casos de absenteísmo.

Impactos do absenteísmo para a empresa

O primeiro impacto do absenteísmo é, sem dúvidas, a queda na produtividade geral dentro do negócio. Com menos colaboradores presentes, a capacidade de trabalho fica reduzida.

De fato, uma única falta dentro de um setor que já esteja com uma equipe enxuta pode prejudicar gravemente as atividades e sobrecarregar os demais membros dessa equipe. Por isso, é fundamental que os colaboradores entendam seu papel e as consequências de sua ausência.

O segundo impacto do absenteísmo é a queda no moral da organização. As pessoas notam quando seus colegas de trabalho estão faltando repetidamente. Isso pode fazer com que elas, também, se sintam menos motivadas para o trabalho.

Por esse motivo, o gestor deve estar sempre atento para manter um clima positivo entre sua equipe, e lidar com os casos de absenteísmo rapidamente, antes que eles causem um “efeito cascata” entre os colaboradores.

O terceiro impacto é financeiro. Como vimos, o absenteísmo leva à rotatividade de funcionários. Sempre que um funcionário sai, a empresa tem gastos para recrutar e treinar outro.

Colocando na ponta do lápis, é mais vantajoso para a empresa manter um funcionário que já está familiarizado com o trabalho do que contratar um novo profissional, que precisará passar por um período de adaptação.

Assim, sempre que possível, é interessante tentar resolver a situação que está dando causa ao absenteísmo, em vez de lidar com o problema apenas desligando o colaborador ausente.

Soluções eficientes para reduzir as faltas

Veja algumas maneiras de reduzir as faltas dos seus funcionários:

Comunicação eficaz

Invista em um sistema de comunicação eficiente, que compartilhe, de maneira clara, informações importantes e objetivos a serem atingidos. Dessa forma, é possível estabelecer uma relação de confiança entre funcionário e empresa.

Utilize os canais internos, como e-mails, reuniões e até mesmo o tradicional mural de avisos.

Condições de trabalho favoráveis

Não negligencie as condições de trabalho, pois elas têm sempre grande influência no absenteísmo dos funcionários.

Ofereça ambientes de trabalho favoráveis com salas arejadas, equipamentos em bom estado para a execução das tarefas diárias etc.

Melhorias no clima organizacional

Se os funcionários apresentam sinais de insatisfação, não terão estímulo algum para entregar melhores resultados com custos reduzidos.

Ao contrário, se estão satisfeitos é natural que apresentem adesão e desempenho positivos que impactam diretamente no resultado do negócio.

Procure encontrar o equilíbrio para atingir resultados extraordinários, sem prejudicar a qualidade de vida dos colaboradores.

Plano de carreira

Todo profissional deseja crescer na carreira e, naturalmente, oferece o melhor de si para alcançar o seu objetivo. Portanto, tenha um plano de carreira bem definido e deixe claro quais são as reais possibilidades de crescimento na empresa para que não haja decepções para ambas as partes.

Políticas de remuneração e benefícios

Funcionários que faltam muito são desmotivados pela falta de perspectivas. As políticas de remuneração e benefícios são importantes para definir quais são os critérios que justificam aumentos salariais ou promoções internas, acabando com a subjetividade.

Treinamento e desenvolvimento

Treinamento e desenvolvimento servem para capacitar os empregados e fazê-los atuar em outro nível de qualidade e excelência, promovendo a motivação interna, além de incentivar a sua qualificação.

Saúde e segurança dos colaboradores

O cuidado com a saúde e do bem-estar dos funcionários, além de cumprir a legislação e as normas de segurança obrigatórias, tem um impacto bastante positivo entre os colaboradores.

Essas medidas contribuíram para você lidar com funcionários que faltam muito? Compartilhe essas informações com seus amigos em suas redes sociais!